
BIOGRAFIA
Em um universo musical onde a autenticidade se torna cada vez mais rara, Sons de Mercúrio emerge como uma entidade artística que transcende rótulos e convenções. Nascida da inquietude criativa de dois compositores, a banda teve seu marco inicial em 2 de novembro de 2017, com o espetáculo "Mercúrio - Entre Crendices e Amores Pagãos", apresentado no Teatro do Cuca em Feira de Santana-BA. O que era para ser apenas uma apresentação transformou-se em uma jornada cósmica que agora celebra sete anos de existência.
Originalmente formada por Mohzah Nascimento, Cartre Sans e Thiago Matos, a banda rapidamente conquistou seu espaço na cena independente. Atualmente, concentra-se no duo formado por Mohzah e Cartre, mantendo viva a essência alquímica que define sua identidade sonora.
Sons de Mercúrio traz em sua essência uma fusão singular de ritmos ancestrais da World Music com elementos do rock, folk, indie e MPB. As harmonias vocais evocam antigos cantos rituais, enquanto os violões ciganos-seresteiros bebem do regionalismo plural brasileiro. Esta combinação resulta em uma experiência sonora que transcende categorizações simplistas.
A poética da banda navega por diversos arquétipos culturais, com versos que remetem à espiritualidade, alicerçados na numerologia, no tarot, no misticismo e em crenças populares. Cada canção possui significado próprio, sem deixar de se conectar às demais para construir uma narrativa maior: a jornada da consciência.
O ano de 2018 marcou a consolidação da Sons de Mercúrio no cenário musical independente. A banda participou e chegou às semifinais do 11º FUN MUSIC, realizando apresentações em São Vicente-SP e Araras-SP, levando sua sonoridade única para além das fronteiras baianas.
Ainda nesse ano, o grupo se apresentou no prestigiado Festival Feira Noise, dividindo palco com nomes importantes da cena independente e ampliando sua visibilidade. Foi também em 2018 que nasceu o projeto "Sons de Casa", uma iniciativa inovadora onde fãs eram sorteados para receber a banda em suas residências para shows intimistas. Nesse primeiro ano, foram realizadas 15 apresentações neste formato, criando uma conexão única e direta com o público.
O final de 2018 foi marcado pelo lançamento dos primeiros singles e videoclipes da banda: "Mercúrio" (19/10/2018) e "Via Crucis" (21/12/2018), que começaram a delinear o universo visual e conceitual que acompanharia o primeiro álbum.
Em 22 de março de 2019, a Sons de Mercúrio lançou digitalmente seu álbum de estreia, "Entre Crendices e Amores Pagãos". O trabalho, gravado no Gato Preto Estúdio (Feira de Santana-BA) e mixado na JotaPÊ Rec (Salvador-BA), apresenta 13 canções que representam os primeiros arcanos maiores do Tarot, do Mago (com a faixa "Antes do Verbo") à Morte (com "Danza Macabra").
O lançamento físico do álbum aconteceu na Cervejaria Sertões em Feira de Santana, seguido por uma apresentação no Teatro SESI Rio Vermelho em Salvador, ampliando o alcance
da banda na capital baiana. A repercussão positiva do trabalho levou o grupo a participar da 17ª edição do Festival Educadora FM, conhecido por revelar talentos da música baiana.
Em novembro de 2019, a Sons de Mercúrio participou da Virada Sustentável, realizando show na Praça Tereza Batista em Salvador, reafirmando seu compromisso com causas socioambientais. O projeto "Sons de Casa" teve continuidade, com mais 8 apresentações realizadas nas residências de fãs sorteados.
O ano foi coroado com o lançamento do clipe "Peregrino" e uma nova apresentação no Feira Noise, além da estreia do espetáculo cênico-musical "Passos Peregrinos" em dezembro, no Centro Cultural Sesc de Feira de Santana. Esta produção, desenvolvida em parceria com o ator Revson Costa, apresentava um Alquimista Artesão modelando um ser humano em barro enquanto questionava a vida, a evolução e a morte,
No início do ano marcado pela pandemia da Covid-19, o duo foi contemplado com o prêmio de MELHOR DISCO BAIANO – Categoria Voto Popular, realizado pelo tradicional portal de música e cultura baiano – El Cabong.
Com o lockdown, Sons de Mercúrio, assim como todo o setor cultural, precisou se reinventar. Todos os shows e festivais que participariam foram cancelados, e o duo adaptou o projeto "Sons de Casa" para o formato virtual, buscando manter a conexão com o público, mesmo à distância.
Em 30 de outubro de 2020, véspera do aniversário de três anos da banda, foi lançado o single "O Tempo é Mestre", gravado inteiramente em casa utilizando celulares e equipamentos simples. O clipe, publicado logo depois, teve o apoio do PRÊMIO FUNARTE RESPIRARTE – Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo.
"Foi um grande desafio pois queríamos traduzir nossos sentimentos frente à pandemia e dar esperança às pessoas, afinal, sabemos que tudo vai passar", explicou Cartre na época. "Tentamos trazer essa gama de sensações para a melodia também. Deixar o som mais cru, sem elementos percussivos. Queremos que as pessoas sintam que estamos mais próximos delas, tocando em suas casas", complementou Mohzah.
Ainda em novembro de 2020, em no auge das dificuldades impostas pela pandemia, veio uma importante conquista: a banda foi contemplada no PRÊMIO DE ARTES JORGE PORTUGAL, realizado pela FUNCEB, para a gravação e lançamento do segundo disco, financiado com recursos da Lei Aldir Blanc.
Entre janeiro e maio de 2021, a Sons de Mercúrio gravou seu segundo álbum, "O Eu Chamado e Outras Jornadas", no Netuno Estúdio em Feira de Santana. O trabalho contou com produção musical de Paulo Victor Aragão (PV), Cartre e Mohzah, produção executiva de Manuela Borges e Ruffo, e projeto gráfico de Franco Santos com artes de Cartre Sans.
A masterização ficou a cargo do renomado produtor Rodrigo "Funai" Costa, vencedor de quatro Grammys Latinos como engenheiro de gravação com Tulipa Ruiz ("Dancê"), Elza Soares ("Mulher do Fim do Mundo"), Mariana Aydar ("Veia Nordestina") e Emicida ("Amarelo"), além de um Prêmio Multishow.
O álbum, lançado em 23 de julho de 2021, destacou-se pela amplitude e diversidade em participações especiais, incluindo o cantor pernambucano Almério (vencedor do Prêmio da Música Brasileira - Revelação 2018), o músico português Jorge Benvinda, e os cantores baianos Joana Terra e Fábio Cascadura. O trabalho também foi eleito, pela segunda vez, melhor disco baiano na categoria "voto popular" pelo site "El Cabong", consolidando o reconhecimento da banda na cena musical baiana.
O período pós-pandemia foi marcado por uma fase de introspecção e renovação criativa para a Sons de Mercúrio. Com a escassez de oportunidades e de espaços culturais, a banda optou por fazer apenas participações especiais a partir de convites pontuais, dedicando-se principalmente ao processo criativo de novos projetos.
Um desses trabalhos é uma ambiciosa coleção literária em cordel que contará a aventura de dois bardos viajantes em busca de conhecimento. "Já temos praticamente todo universo pronto, e nossa intenção é explorar as riquezas que habitam os dois álbuns que produzimos. Cada uma das 22 canções que lançamos terá uma produção literária. É algo ainda para 2026/2027, mas posso adiantar que está ficando incrível", revela Mohzah.
Já no final de 2024, o duo retornou com o projeto "Sons de Casa", com uma edição especial comemorando os sete anos da banda. "Foi importante este retorno, comemorando 07 anos de trajetória. Acho que tem toda uma simbologia dos ciclos de 07, e agora entramos em uma nova fase”, afirma Cartre.
Sons de Mercúrio prepara-se agora para outro momento em sua história. O duo iniciou a produção do seu novo trabalho musical, intitulado “Tratados Místicos Sobre o Amor”. As canções da obra já foram produzidas e apresentadas na primeira edição do Sons de Casa 2025 – Realizado em maio. Inspirado na obra "Colors of Love" de John Alan Lee, o projeto transcende a abordagem convencional sobre o amor, navegando por suas diversas manifestações – do companheirismo sereno em "Há Mar" e "Labores", à dor da desilusão em "Velas e Armas", da celebração da musa inspiradora em "Teu Lírico" à transcendência onírica em "Onírios". A faixa-título "Tratados Místicos" ancora o trabalho em uma dimensão espiritual, convidando o ouvinte a uma imersão em universos simbólicos que dialogam com filosofia e uma espiritualidade imanente.
“Ainda estamos mergulhando nas canções, compreendendo melhor suas dinâmicas e suas energias. Queremos trazê-las para o Sons de Casa e perceber como o público interage com elas. Acho que esse processo é fundamental antes de levá-las ao estúdio”, diz Mohzah.
Apesar disso, o duo promete aquecer o coração do público com canções prelúdio, que serão lançadas antes do novo álbum. “Esperem por novidades. Acreditamos que em julho ou agosto apresentaremos ao mundo mais uma canção, já com essa nova energia, essa nova abordagem”, completou Cartre Sans.
Em um cenário musical dominado por algoritmos e tendências efêmeras, Sons de Mercúrio mantém-se fiel à sua essência, adotando uma presença consciente e autêntica. A banda utiliza as plataformas digitais como ferramentas a serviço da música, não como mestres que ditam o processo criativo, priorizando a conexão genuína com o público e a integridade artística.
O caldeirão alquímico musical de Sons de Mercúrio continua a ferver, prometendo novas transmutações sonoras que certamente surpreenderão ouvintes e críticos nos próximos anos. A jornada apenas começou.


